Porta-luvas

Sabe isso de não atender um telefonem a com medo de se apaixonar? Prazer, sou eu mesma. tenho que ser sincera, ele me fez sentir diferente do que eu já estava acostumada, merece o mérito e um beijinho de despedida. É melhor ter esse pouco por uma noite do que isso acabar aos poucos ao meu lado. Vai ser toda aquela merda de novo. E eu nem posso mais alugar Titanic, porque minhas lágrimas já se foram nesses eu te amos durante esses anos por aí. Que nada, que eu sou a mulher da sua vida, que nada que sou tudo o que você sempre sonhou e vai ser tudo diferente agora vírgula, porque é sempre tudo a mesma história. Uma hora todo romancezinho acaba e olha só como eu ainda tenho vestígios daquela menininha 0km, já estou cogitando que um pega as duas da manhã pode virar um romance... Lembrando chega ser até engraçado.
Hoje eu sou a mais nova nisso de ser mulher, que faz altas poses no retrovisor de um estranho. Uma pena eu estar tão pé no chão, se não eu podia ao som do toque do celular, juntar todas essas penas e ir num voo só pra longe, pra cima. Mas minha quilometragem percorrida me faz preferir ir pro banco de trás. Prefiro assim. ir para o banco de trás com meus próprios contorcionismos, prós e contras do que ser deixada naquele pedacinho do todo que eu quero. No banco de trás posso me esticar, nesse pedacinho eu não consigo crescer, você com o tempo reclamaria que eu to querendo espaço demais e pediria um tempo.
O problema é que eu cresci desobediente antes de você, os outros no meio do caminho da onde eu venho me fizeram enorme, cresci com tanta força, que hoje não caibo mais no meio de panfletos, CDs, chaveiros, nota-fiscal e moedas. É que eu cansei de ser o troco que a vida dá, pra quem não sabe dar nada em troca.
Ok, estou ciente que vou bater aporta na cara de algumas chances boas, mas já percorri o bastante pra saber que algumas chances perdidas são melhore que estar perdida a longo prazo em um canto qualquer. Com os pés no chão, sinto até onde posso ir pra não ser esquecida.
Mais um beijo de despedida. Foi bom enquanto durou.